sábado, 10 de outubro de 2015

Temos algo em comum


A gente não se escolheu. Nos descobrimos. Acredito que temos algo em comum. Sim, temos. Eu gosto de  pimenta...em tudo. Já você, não resiste a um doce depois do salgado...acompanhado de um bom café paulista.


Temos muito em comum, desde as minhas canções preferidas de Bethânia  ao seu Kitaro recuperado. Temos várias coincidências, sim temos. Sou noturna e você abre um sorriso largo quando o sol se aproxima. Já tive o privilégio  de te ouvir cantar Que bella cosa,  quando estou esticando a preguiça de domingo. Você soletra um  Vander Lee, e sigo pulsando com a batida do tambor. 



Combinamos até no meu sorriso matinal e sua cara amarrotada, com rugas adormecidas. Distância não te desencoraja. Já eu procuro esquecer da vida quando saio de férias...Resultado de um duro aprendizado. 
Faço um esforço para agradar gregos. Já você, agrada também a troianos. 



Amo o seu pé branquinho que procura o meu geladinho debaixo do cobertor. Também não me importo se a nossa paixão filmística sai do extremo entre a minha preferência em assistir um bom suspense e a sua preferência por "filmes de menino". Tudo isso é constitucional, inclusive engajar-se em campanhas em prol do entusiasmo alheio; coisa que faço com muita facilidade e que combina com sua cara de: Cuidado com o "fôlego".

Entre nossas combinações ainda estão o misto quentinho na padoca da esquina em dias de chuva e o meu tomate ralado com café fresco feito na cozinha do Aconchego. Acho justo esse nosso téte-à-téte vertendo no canto dos lábios por causa das nossas combinações entre quem faz o jantar e quem lava a louça. Um beijo gostoso e um abraço suado, a gente desfaz as contradições e escuta Exagerado  enquanto eu esquento a panqueca de ontem  e você coloca mais um episódio do nosso seriado preferido na TV.


Fomos feitos um para o outro, tal a indisposição para deixar de procurar a área para fumantes na balada e o meu exagero convicto de que amor que se preze cuida do outro como templo de prazer.Cuidamos um do outro. Um monte.



Você quase me desafia, quando busco resposta pra tudo com essa minha sensibilidade exagerada e você vem com a sua sensatez para o real, concreto e prático. Tudo bem. A gente não briga. Não resisto ao teu olhar quando me diz que "faria diferente".  A gente se entende e respeita. Eu sou de câncer, do tipo "sou o que sinto".com imaginação pra lá de fértil. Você é leonino, "Sou o que manifesto", poço de generosidade.



Nesse nosso palco de interações, fico sempre na dúvida se estou na rua certa, enquanto você adora buscar caminhos alternativos. Quase nos une, a minha confusão com endereços e seu lado "paulista" no volante. Eu gosto de plantas e você acentua seu possível pouco jeito com elas. Amo tudo que leva coco...enquanto você ama tudo o que leva açúcar.Eu e você...uma cocada deliciosa!



Temos ainda uma transmissão de sintonia após a dança colada, a fugida para a rede com uma combinação muda de quero mais e uma viagem curtinha de dez minutinhos no pós exercício.



Nosso silêncio é cúmplice, mesmo sendo resultado de minha cara magoada precisando digerir alguma palavra áspera e seus monossílabos afrodisíacos dizendo nada. Temos essa maturidade como termômetro de que combinamos em tudo, inclusive no amor: um sente muito e outro sente demais.



Pelos meus cálculos temos tudo: química, indicadores de tesão, afinidades individuais, gostamos de voz e violão e sorvete em tardes de domingo enquanto o nosso amor perdura para toda eternidade...Ah! Descobrimos que tudo é ETERNO num segundo. Simples assim. 


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