quinta-feira, 30 de julho de 2015

EU TENHO UM GRIMÓRIO!

Grimórios (do francês grimoire) são coleções medievais de feitiços, rituais e encantamentos mágicos invariavelmente atribuídas a fontes clássicas hebraicas ou egípcias. Astrológicas, listas de anjos e duendes, orientações sobre como efetuar feitiços ou misturar remédios, conjurar entidades sobrenaturais e da confecção de talismãs -A palavra grimório vem do francês antigo gramaire, da mesma raiz que a palavra gramática. Isto se deve ao fato de, na metade final da Idade Média, gramáticas de latim (livros sobre dicção e sintaxe de latim) serem guardados em escolas e universidades controladas pela igrejae para a maioria iletrada, livros não-eclesiásticos eram suspeitos de conter magia. Mas gramática também denota, para letrados e iletrados, um livro de instruções básicas. Uma gramática representa a descrição de uma combinação de símbolos, contendo também a descrição de como combiná-los, de modo a criar frases lógicas. Um grimório, por sua vez, seria a descrição de uma combinação de símbolos mágicos e de como combiná-los de forma apropriada, dentro de um sistema de magia.(https://pt.wikipedia.org/wiki/Grim%C3%B3rio)

Escrevo nele periodicamente, em qualquer lugar a qualquer horário...
Um Diário, como descreve poeticamente Rubem Alves... 
ou Grimório, como o definiu, a comadre-amiga-irmã Andréa Sumé.




Segundo Rubem, "um diário é um livro que ainda não é livro. É um livro vazio, folhas de papel em branco. Não há nada escrito nele. Tudo está por escrever. Será o seu dono que irá nele registrar as coisas do dia a dia que julga merecedoras de serem lembradas, coisas que não devem ser esquecidas. As pessoas ao passarem pela vida, vão catando coisas diferentes. Um diário é um livro de coisas catadas. É impossível conhecer uma pessoa diretamente. Mas é possível conhecê-la por aquilo que ela guarda. O que se guarda é um retrato da Alma."




Páginas amareladas. Capa azul com sakuras em relevo...uma fita azul de cetim marcando as pausas...

O sonho de registrar as "pétalas de uma Escola-Flor", receitas de uma aprendizagem exitosa, amuletos naturais (árvores, flores...bichinhos) que desencadearam suspiros, ideias, projetos. Vivências de uma Educação cultivada com Poesia, Zelo e Amorosidade.

Catar e guardar estas "pequenas felicidades" tem sido uma prática, além de emocional... "artesanal"... . Nos últimos anos, tenho deslizado suavemente um lápis seis B, refazendo caminhos percorridos em descobertas, vivências e emoções experimentadas dentro de olhares, encontros, leituras e sorrisos. Organizar estas anotações à luz das palavras de Rubem Alves, tem sido estimulante, desafiador e emocionante. 

Sonhos e realizações nele desenhados, me fazem em muitos momentos, fechar os olhos emocionada, revivendo cores, sons e aromas experimentados.

Muitos foram os desafios...Mas tantas as surpresas risonhas do caminho!

Já vi um chão árido, florindo "Maria sem vergonha", abrindo espaço para outras flores e poesias...

Já emprestei o olhar encantado da criança, para me permitir surpreender com o colorido da saíra sete cores ou o vermelho vibrante do belo Tié Sangue. 

Experimentei num abraço a emoção do afeto... trocamos ternura, carinho e segurança. Abraços curam! 

Escritores, artistas plásticos e circenses estimularam a criação, a poesia e o movimentos... Crianças descobrem com alegria a liberdade do movimento! 

Uma árvore frondosa que abriga um condomínio...de passarinhos! O olhar da criança encantada com o pássaro livre... 

Uma arca inventada...portal para a preservação. Receitas da "Casa Velha da Ponte". 

Jataís minúsculas ensinando a lição do cuidado. Orquídeas coroando árvores e gerando aprendizado. Uma mandala florida. Um alfabeto de flores. O cuidado das crianças antecipando a exuberância de uma caramboleira adoentada...

Foram tantos os momentos colhidos...onde crianças protagonizaram projetos por uma INFÂNCIA FELIZ! Sentadas debaixo das árvores, na grama verdinha ou em bancos coloridos, ao redor de algum canteiro ou pesquisando as copas das árvores, construindo a hora mais bonita do dia, aprendendo a fazer perguntas e a descobrir respostas, aprendendo a conviver com pessoas, plantas e bichos.

Tudo registrado com capricho...Cada experiência, cada palavra, cada letra!




Hoje, meu GRIMÓRIO  é também uma ferramenta... 
guarda  momentos, semeia sorrisos, ajuda a cultivar o Entusiasmo,
inspira outros educadores/jardineiros, ilustra um convite ao registro.
Desperta ainda a crença de que é possível adocicar a aridez com afeto.

Foi assim que curei a minha "Flor amarela". 
Este antídoto, meu grimório guarda também.


Post dedicado a Andréa Sumé...em Gratidão.

4 comentários:

  1. Adorável 'GRIMÓRIO' Encantado!
    Gratidão por poder LER!!! <3
    Beijo-Luz, Amiga Silvane!

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  2. Que lindo...me fez lembrar do livro Carícia Essencial de Roberto Shinyashik onde ele escreve um texto chamado NINHO. Que lindo esse resgate de tudo, da tua história e de tantos que fizeram parte dela. Que lindo esse resgate das essências, dos saberes, das simplicidades, das emoções e da cura. Inspirador minha querida amiga.

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  3. Eu já observei como este Grimório afeta as pessoas ao seu redor.
    Irresistível escutar as suas histórias, impossível não se emocionar.
    É MÁGICO !! O.o
    :o)

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Gratidão !!